Soberana
Lyrics
Soberana
(Calé Alencar)
[A Partida]
Era o mar era noite um tumbeiro
Um navio negreiro um vagalhão
Uma estrela cadente risca o céu
E os dentes rangendo no porão
Entre choros clamores e chibatas
A luz ao invés da escuridão
Ela vem no convés sob o luar
Soberana
Rainha da nação
[A Chegada]
Era um dia um mercado um alvoroço
E um povo apartado de seu chão
Era o pai afastado de seu filho
Um avô uma dor um coração
Vera Cruz Pindorama Santa Cruz
Um Brasil de Mãe Preta e Pai João
Ela lembra um tigre a espreitar
Soberana
Rainha da nação
[A Fuga]
Era um tempo quilombo quilombola
Um Zumbi um senhor um capitão
Ganga Zumba na serra dos Palmares
Seus pares seu reino seu irmão
Chico Rei lá das minas e gerais
Com seu povo sua rebelião
Ela é mãe nagô iorubá
Soberana
Rainha da nação
[A Abolição]
Era um tempo era um dia era o mar
E findou-se o horror da escravidão
Com a bênção da Virgem do Rosário
Uma rosa de ouro em cada mão
Para sempre um cavalo um orixá
Nunca mais negros corpos em leilão
Ela tem uma luz a nos guiar
Soberana
Rainha da nação
[A Liberdade]
Baticum de tambor maracatu
Um batuque a pulsar na imensidão
Curumim cunhatã calunga erê
Atabaques e bate o pé no chão
Os brincantes chamando pra dançar
Faz a roda que tem coroação
Ela vai com a África no olhar
Soberana
Rainha da nação
Writer(s): Calé Alencar
Copyright(s): Lyrics © Tratore
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The Meaning of Soberana
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